4.11.06

sondagem_ " Quais as razões que impedem o aumento das vocações sacerdotais?”

Passados que vão mais de 40 dias da última sondagem e 584 votos, chegou a hora de avaliar a sondagem que estava no lado direito, no sidebar. A questão era:

Quais as razões que impedem o aumento das vocações sacerdotais?

E os resultados são:

1. Celibato _24%
2. Falta de coragem _20%
3. Fraca formação religiosa _15%
4. Desinteresse religioso _14%
5. Exemplo dos padres _8%
6. Falta de Fé _8%
7. Individualismo e materialismo _4%
8. Desagregação das famílias _3%
9. taxa de fertilidade _3%
10. Diversidade de interesses _2%
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algumas considerações:

1. Intriga-me ter sido o CELIBATO a primeira escolha. Não que constitua motivo de admiração. Porém, os padres ortodoxos, que podem casar, têm os mesmos problemas que a Igreja Católica no número de vocações sacerdotais. Por outro lado, às vezes parece-me que os nossos cristãos querem padres casados, mas quando conhecem situações de fragilidade afectiva dos mesmos, geralmente não reagem de acordo com esta opinião. Acredito, no entanto, que, para um jovem a quem se coloque a questão vocacional, seja um factor preponderante, porque parece limitar a palavra Amor.
2. Embora todas as respostas possíveis tenham a ver com a questão pessoal de cada um dos candidatos à vocação sacerdotal, reconheço que a vossa segunda escolha seja a que surge naqueles que dão o primeiro passo, isto é, se perguntam acerca da sua vocação. As outras respostas são de um carácter mais geral. Pressuponho que, pelo facto de a FALTA DE CORAGEM ter sido a segunda escolha, houve quem se colocasse na pele de um candidato, e, perante diversas e variadas situações, actuais e inerentes ao sacerdócio de hoje, tivesse imensos receios. Porque será?!
3. A terceira e a quarta opções têm a ver uma com a outra. De facto, tem crescido o DESINTERESSE por tudo aquilo que é RELIGIOSO, ou pelo menos que seja um religioso exigente, e tem diminuído a FORMAÇÃO RELIGIOSA. Ainda há dias uma catequista me contava da sua tristeza quando, perante a pergunta aos seus catequizandos de 8º ano sobre o que era ser cristão, eles lhe haviam respondido que não sabiam.
4. Vem em quinto lugar O EXEMPLO DOS PADRES, que, por ter sido tão votado, depreendo que se tenha como mau. No entanto, prefiro pensar que esta opção vai mais no sentido de se reconhecer nos padres de hoje pessoas que vivem uma vida demasiado apressada, demasiado solitária, demasiado funcionária. Porque será?!
5. Tem o seu quê a sexta opção, a FALTA DE FÉ. Existe uma ligação intrínseca entre esta e a terceira e a quarta. Mas esta pressupõe um total afastamento de Deus, enquanto que as outras duas não necessariamente. Ninguém que não tenha fé, pode dar um passo destes. Porém as pessoas comuns, mesmo não tendo propriamente fé, continuam a recorrer ao sacerdote por diversos motivos, sobretudo sacramentais e de desabafos. Não existe aqui algo estranho?!
6. É engraçado como nas minhas opções, sempre esteve claro que o INDIVIDUALISMO, o MATERIALISMO e a DESAGREGAÇÃO DAS FAMÍLIAS, constituíam factores importantes para impedir o aumento das vocações. São questões de base, e na minha humilde opinião, o problema reside sobretudo aqui, na base. Não acham que tenho alguma razão?!
7. Embora seja de pouca importância, por motivos proporcionais em relação a outras épocas, o que aconteceu também na vossa escolha, não podemos esquecer que diminuiu a TAXA DE FERTILIDADE. Hoje existem menos crianças, menos jovens. Se não os há…
8. Hoje os jovens são confrontados com muitos INTERESSES, com muitas propostas, e, a maior parte, bem mais agradáveis ou prazenteiras, que uma vocação ao sacerdócio. Antigamente não haviam tantas oportunidades ou interesses. Porém, se esta questão vocacional não é colocada por eles, o problema, como provaram os votos, não se prende com isto. Quem se deixa apaixonar por Cristo, não se deixa ofuscar por nada que não seja o Seu Amor.
9. Termino com algumas ideias, para mim, fundamentais:
- Ninguém pode ser sacerdote ou sequer seminarista, se não se deixar apaixonar por Cristo
- Ninguém ama aquilo que não conhece;
- Como em todas as relações de amor, nem tudo são rosas…
Vale a pena pensar nisto!


No blog: Confessionário dum padre

1 comentário:

Anónimo disse...

POr este andar,qualquer dia vou-me confessar!...