24.12.06

Histórias de Natal em 2006


Natal


Na pequena cidade de Westchester, a poucos quilómetros a norte de Manhattan (EUA), onde a comunidade judaica é considerável, existia há uma semana no parque da cidade uma enorme árvore de Natal, decorada a preceito: luzes, fitas, bolas e estrelas. Ao lado da árvore, a comunidade judaica colocou um candelabro judeu (Menorá). Recorde-se que por esta altura, os judeus celebram o Hanukkah.

Um dos habitantes da cidade, Henry Ritell, católico, empresário, propôs aos responsáveis da cidade a doação de um Presépio gigante para colocar ao lado da árvore de Natal e do Menorá, porque considerou que a árvore de Natal não representava o cristianismo da mesma forma que o Menorá representa o judaísmo. Ritell argumentou que árvore de Natal é um símbolo cultural associado ao consumo e ao materialismo, e não um símbolo religioso.

Em vez de aceitar a oferta do Sr. Ritell, os altos dignitários da cidade recusaram a oferta alegando que “não queriam símbolos religiosos no parque da cidade”, o que levou o Sr. Ritell a procurar o arbítrio da Justiça. Na sua decisão, o juiz referiu que o Menorá é, indiscutivelmente, um símbolo religioso judaico, e referiu-se à árvore de Natal como “uma árvore decorada com luzes e outros ornamentos, sendo um símbolo secular de dias festivos”.Em resultado da decisão do juiz, os dirigentes da cidade decidiram que o Presépio oferecido pelo Sr. Ritell não seria, de modo nenhum, colocado ao lado da árvore de Natal e do Menorá. Por isso, decidiriam retirar todas as decorações do parque – Menorá incluído.

No aeroporto de Seattle, existiam há duas semanas nove árvores de Natal (atenção: não se trata de presépios) espalhadas pelas salas do aeroporto. Um rabi judeu ofereceu um Menorá ao aeroporto, para que fosse colocado ao lado de uma das árvores de Natal, e a administração do aeroporto resolveu retirar todas as árvores de Natal. Mais uma vez, se confundiu um símbolo cultural secular com um símbolo religioso (árvore de Natal com o Menorá), ou, à semelhança da história anterior, imperou a intolerância, desta feita contra outro símbolo religioso (o Menorá).

Estas
histórias verdadeiras passam-se hoje um pouco por todo o lado no mundo de raiz cristã. Os cristãos são muitas vezes acusados de “intolerância”, mas quantos presépios de vêem hoje em sítios públicos? Raros. A intolerância vem dos que consideram a árvore de Natal o único símbolo das “festas”, tudo fazendo para que as raízes do Natal sejam erradicadas da memória colectiva do povo.
Desde miúdo que me habituei a ver uma árvore de Natal em casa, com o presépio na sua base. Não me importaria que colocassem ao lado do Presépio um Menorá, em memória do Hanukkah. Já me desagradaria que me dissessem que a árvore de Natal é um símbolo do aniversário de Jesus Cristo, ou pior, me dissessem que o Natal se resume a gastar dinheiro em prendas no Shopping Center decorado com muitas árvores de Natal.

No blog: Letras com garfos

1 comentário:

Confessionário disse...

Um Bom Natal para o dono destes "MELHORES"