Nos últimos vinte anos, acompanhando o dinheiro da União Europeia que veio dos países predominantemente protestantes do Norte da Europa, foi chegando a Portugal também a factura - mais acentuadamente na última década.
Esta factura tem assumido a forma de uma invasão gradual e subtil em Portugal dos valores prevalecentes nesses países predominantemente protestantes e que, em certos casos, contrastam de forma marcante com a cultura tradicionalmente católica da sociedade portuguesa.
Assim: a desvalorização da autoridade, a despersonalização das relações sociais, a estandardização dos modos de viver, o relativismo moral, a supremacia esmagadora do colectivo sobre o indivíduo, a depreciação do fenómeno religioso, a ideologia da liberdade.
Eu não estou nada certo que a sociedade portuguesa vá absorver tudo isto, sem rechaçar a maior parte. Para já, os sinais da crise e da desorientação são evidentes na educação, na justiça, na família, no estado e numa economia que não consegue sair da recessão há mais de seis anos.
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