22.7.08

Onde está o progresso?


Falando na sessão de encerramento do Congresso Nacional da Juventude Socialista (JS), o primeiro-ministro disse:
- Este governo tem «uma visão progressista e não conservadora»...
- «Não venho dar lições de moral, nem dizer-vos como os jovens se devem comportar e muito menos venho aqui para vos dizer que o principal objectivo da família é a procriação".
- Este é «um governo que se orienta por valores progressistas e que recusa todas as visões do passado, retrógradas e baseadas em visões conservadoras».
- A lei da interrupção voluntária da gravidez, da paridade, da procriação geneticamente assistida e da nova lei do casamento civil ... «são exemplos desta legislatura, marcada por um grande avanço social e uma visão progressista para a sociedade».
- «Acredito num país sem preconceitos, um país confiante em si próprio, um país jovem e ambicioso».

A " visão progressista e não conservadora» deste governo está aí:
- Uma taxa de desemprego sem igual em 30 anos de democracia...
- Fábricas a fecharem umas atrás das outras...
- O custo de vida a crescer..
- O empobrecimento voraz da classe média...
- A economia que não arranca e desfaz todas as perspectivas do governo...
- As desigualdades sociais que nunca foram tão agudas...
- A insegurança reinante
- O caso da "Quinta da Fonte" e o Carjacking que não cessa de aumentar são apenas duas pontas do iceberg...
- A emigração silenciosa que faz lembrar os anos sessenta...
- A justiça que não funciona...
- O imenso deserto em que transformou a educação
- A saúde que (não) temos...
- etc, etc, etc

Este é o país "jovem e ambicioso" que nos deixa o senhor Sócrates!!! Ou serão antes "as visões do passado, retrógradas e baseadas em visões conservadoras», que diz combater?
Para este senhor e seu governo o importante é fazer tudo para arruinar a família, despoletando políticas que a ponham em causa, a diminuam, a cerceiem.
"Aliás, este executivo é o primeiro que, no seu Programa de Governo aprovado em 2005, não incluiu uma secção sobre os problemas da família ou menção sobre a grave decadência demográfica de Portugal." (João César das Neves)
O seu forte e o seu progressismo estão nas medidas fracturantes: o aborto, a nova lei do casamento civil, e agora admitem discutir na próxima legislatura o casamento homossexual..
A visão deste governo acerca da família não é retrógrada, porque é obsoleta!"
Não consegue entender aquilo que ensinam todos os autores sérios de Sociologia, Demografia, Economia e Ciência Política, que a crise da família é a principal causa comum de todos estes problemas e são necessárias medidas rápidas e inteligentes para lidar com algo que, sendo de enorme complexidade, pode destruir a cultura, sociedade e economia portuguesas." (João César das Neves)
O senhor Sócrates, num acto de ilusionismo puro, aparece então a arranjar à pressa uns apoios à natalidade que além de inúteis são quase patéticos.

"É doutrina da Igreja que o matrimónio é um sacramento do amor de Deus com uma dupla finalidade: união entre os esposos e procriação.
Que um actor político, questionado sobre esta matéria, expanda as suas convicções será motivo para ser apodado de pré-moderno e ante-conciliar? Que se saiba, o Concílio reafirmou a doutrina cristã sobre o matrimónio e a família. João Paulo II e Bento XVI não têm cessado de no-lo recordar.Espanta, por isso, que o senhor Primeiro-Ministro venha mofar de um adversário brandindo convicções respeitáveis.Mas o mais espantoso é que se apresente como progressista documentando tal posição na promoção do aborto e na facilitação da dissolução da família.
Onde está o progresso?" (Theosfera)

No blog: Asas da Montanha

15.7.08

Dádiva



Por a minha filha ter cumprido com algo que tínhamos combinado, resolvi oferecer-lhe um presente: uma ida a um musical em exibição em Lisboa.
Quando lhe falei na oferta, ela não se mostrou muito entusiasmada de início, alegando que o presente não era palpável, que não o podia tocar com as mãos.
Eu disse-lhe que nem todas os presentes são palpáveis.
E expliquei-lhe que quando ela assistisse ao musical iria gostar e perceber que era um presente que iria gostar tanto ou mais que os que ela podia tocar.
No fim do musical, ela disse que tinha gostado muito da prenda e estava muito feliz por ter recebido um presente tão especial e diferente.


Então lembrei-me de uma dádiva maravilhosa que Deus também me deu.
A mim e a toda a humanidade.
Ela não é palpável, não se pode tocar com as nossas mãos, mas está ao acesso de todos quanto queiram tomar posse desse presente maravilhoso.
Não vemos - ainda - a dimensão, o alcance de tão preciosa dádiva.
Mas um dia, iremos não só, contemplá-la, como perceber o quanto é imensa.
Ainda que nesta hora já a possamos desfrutar e perceber um pouco como é, quando olharmos face a face o rosto meigo, o olhar manso de Jesus, poderemos entender em toda a sua imensa plenitude, essa preciosa dádiva de Deus para nós.
Não nos custou nada a nós, mas teve um alto preço para Deus.
Como não tomar posse de tão maravilhoso presente?

7.7.08

Uma fé que irradia, comove, impressiona


Ingrid Bettancourt… há 6 anos que este nome começou a soar familiar aos nossos ouvidos, quando foi noticiado o rapto desta franco-colombiana por guerrilheiros das FARC, na Colômbia, em 2002.
Hoje, Ingrid está livre e o seu testemunho é esse: ao longo do seu cativeiro, foi a fé que a conduziu. É essa mesma fé que a faz dizer aos jornalistas e ao mundo inteiro “graças a Deus” pela sua libertação.
Outro facto que marca… logo à descida do avião que a tinha arrancado das mãos dos seus algozes, Ingrid ajoelhou-se com a sua mãe ao lado e alguns reféns. Fizeram o sinal da cruz, recitaram 3 avé-marias e uma glória. Um padre estava lá, vestido de alva e de estola, e os abençoou.
“Quero primeiro dar graças a Deus e aos soldados da Colômbia” dizia ela, alguns minutos antes, agradecendo também a oração de todos aqueles que se lembraram dela ao longo dos anos, “é um milagre”. A fé foi sem dúvida o que permitiu à Ingrid sobreviver a 6 anos e 4 meses de cativeiro.


Numa carta tornada pública no último mês de Dezembro, ela confidenciava que a Bíblia era o seu “único luxo”; que “cada dia, comunico com Deus, Jesus, a Virgem (…). Aqui, tudo tem duas faces, a alegria vem, e depois a dor. A alegria é triste. O amor pacifica e abre novas feridas… é viver e morrer de novo.”
O seu testemunho continua assim: “Durante anos, pensava que enquanto estivesse viva, enquanto continuaria a respirar, deveria continuar a ter esperança. Já não tenho as mesmas forças, é-me difícil continuar a acreditar.” Mas desejava: “que Deus nos venha em auxílio, nos guie, nos dê paciência e nos preencha. Para sempre e até sempre.”
Na passada Quinta-feira 3 de Julho, ela também teve algumas palavras para com os seus antigos sequestradores: “Vi o comandante, que durante tantos anos foi responsável por nós, e que ao mesmo tempo foi tão cruel connosco. Vi-o no chão, os olhos vendados. Não penseis que estava contente, tive pena por ele, porque é necessário respeitar a vida dos outros, mesmo se eles são nossos inimigos.”
Ingrid falou no passado, e fala hoje de paz e não de vingança.
Esta mulher é habitada, inspirada por Alguém que a ultrapassa.
Na próxima semana ela irá até Roma ver o Santo Padre.
A fé de Ingrid irradia, comove, impressiona.
Louvado seja Deus.

No blog: Sedente




4.7.08

Deus tem ou não tem a ver com a nossa vida?




Ontem,

Ferreira Fernandes no DN ironiza com a alegada cura de Ana Maria em
Os milagres pagam-se alegando que se a cura foi milagrosa, Ana Maria deve devolver, em dobro, à Junta de Freguesia (onde ela trabalhava) os três anos de baixa.

Ontem,

Baptista-Bastos escandaliza-se com o Preco das Missas , aproveitando para colocar a mesma pergunta do título desta mensagem, ao questionar, citando Marcel Neusch que “Deus deixou de ser contestado porque, para muitos, Ele deixou de fazer parte das questões que interessam aos homens”?

Hoje,

Impressionou-me ouvir Ingrid Bettancourt, recém-liberta, de um cativeiro de 6 anos, à saída do avião, agradecer em primeiro lugar a Deus.

Impressiona-me, sem ser capaz de discernir onde está a verdade, ler como, Ana Maria , os irmãos e os pais, se alegram com o facto de ela já não sofrer da doença de que padecia, contentes com a coisa simples de poder voltar a trabalhar. (versão impressa do DN de 3 de Julho de 2008, não disponível on-line) enquanto aguardam o inquérito iniciado pela entidade patronal, a Junta de Frequesia de Ponte de Lima.

Enquanto Ferreira Fernandes acha que os milagres devem ser pagos porque tudo o que se passou anteriormente não passou de um embuste (mesmo antes do inquérito da Junta de Freguesia) e Baptista Bastos acha que Deus está no mercado, simplesmente porque houve uma actualização das tabelas de serviços religiosos, o que lhe deveria ser mais ou menos indiferente, uma vez que Ele deixou de fazer parte das questões que interessam aos homens, Ana Maria e Ingrid Bettancourt agradecem! Agradecem o simples facto de estarem vivas, reconhecendo que não tendo sido elas que se deram a vida a si mesmas, Alguém quis que existissem e olha previdentemente para o seu destino.

Como Ingrid diz, é razão, para em primeiro lugar, agradecer a Deus e à Virgem e, só depois, à efectiva e competente acção do ”meu” exército, do “exército do meu país”.

É, perante a realidade que podemos avaliar o valor, a intensidade e, em última análise, a certeza das afirmações.

O que nos vale é que, mesmo sem a aprovação dos articulistas do DN, a Igreja olha para a realidade e procura discernir nela os sinais de Deus. É, por isso, particularmente reconfortante saber que o papa reconheceu hoje um milagre do Beato Nuno de Santa Maria.

Há uma diferença entre quem fala do que sabe e quem fala do que acha que sabe.

E nós, o que sabemos?

Ele tem ou não tem a ver com a nossa vida?

Abraço com amizade

Pedro Aguiar Pinto


No blog: O Povo




1.7.08

Um tema paulino: a fraternidade

"Irmãos... carregai as cargas uns dos outros e assim cumprireis plenamente a lei de Cristo" (Gl 6,2). A liberdade dos filhos de Deus torna-nos irmãos uns dos outros. Ninguém é senhor nem proprietário de ninguém e ninguém é radicalmente estranho a ninguém, porque todos somos filhos do mesmo pai e irmãos em Jesus Cristo. Daí o frequente hábito de os cristãos se tratarem reciprocamente por irmãos.


Mas a fraternidade cristã não é simplesmente fraternidade entre cristãos. Ela abre-nos à fraternidade universal, uma vez que é universal a vocação é filiação divina, que a todos libertará.


Ora, os irmãos sentem-se responsáveis pelos irmãos, independentemente do interesse que nisso possam ter ou do proveito que disso possam retirar. Por isso, "carregar a carga uns dos outros" é a atitude que fundamenta verdadeira solidariedade, em que todos nos assumimos na mesma condição. A responsabilidade de uns pelos outros poderá ir mesmo até à substituição, isto é, até à capacidade de dar a vida uns pelos outros. Essa será a manifestação máxima da fraternidade e do amor ou caridade.

(Artigo de João Duque, in revista Mensageiro do Coração de Jesus, Junho/2008)

No blog: Paróquia do S. Sacramento