15.2.07

A luta pela Vida não parou




Acho que todos nós devemos reflectir sobre a campanha do referendo. Não vou falar para já da lei em si, já que ainda não foi regulamentada, embora ache curioso que o PS já tenha dito que não haverá aconselhamento, ao contrário do que diziam alguns defensores do Sim, e que o Sindicato Independente dos Médicos venha dizer que talvez seja necessário pensar em contratos com entidades privadas, já que as unidades de saúde portuguesas (que estão a fechar) poderão não conseguir dar resposta aos pedidos de aborto. Lembremos que muitos apologistas do Sim diziam que não nos tínhamos de preocupar, porque os abortos iam ser feitos em clínicas privadas e os nossos impostos não iriam contribuir para nada… A ver vamos.

Como cristã católica acho que é muito importante reflectir sobre o papel da Igreja nesta campanha. Na minha opinião teve momentos maus e bons. Começando pelos maus… Acho que o Cardel D. José Policarpo não devia ter dito que a Igreja não ia participar na campanha. Sei que não o fez por mal, mas a palavra campanha, em plena sociedade de informação, é muito vasta e muitos entenderam que os católicos (até parece que somos a única religião) não deviam tocar no assunto. Como perguntava um colega de trabalho:”Mas vocês falam da actualidade nas missas?” Lá está, a palavra campanha, hoje em dia, pode significar muitas coisas.

Outras coisas que correram mal… No início, a diocese de Coimbra fez um apelo ao voto do Não logo após as palavras do Cardeal. Ainda por cima houve uma polémica em volta de uma imagem de uma criança de uma apologista do Sim… As declarações também nem sempre foram muito felizes, nomeadamente quando aparecia um sacerdote a falar de excomunhão. Até parece que isto aconteceria na prática… Depois, para ajudar, surgiram católicos a dizerem que votariam no Sim (uma das pessoas que deu uma entrevista, nem era baptizada, mas dizia-se católica), assim como o padre de Lamego.

Coisas boas… A principal de todas é que a maioria dos cristãos estiveram unidos, contra tudo e contra todos, para lutarem por uma solução que pudesse levar a uma lei que protegesse a mãe e o filho. Não houve vergonhas, não houve desistências… Apesar da tempestade, lutou-se e mostrou-se que a preocupação pela Vida não deve ser só dos cristãos. Deve ser de todos. Afinal somos todos seres humanos. Falou-se também muito da Misericórdia de Deus. É pena que tenha sido abafada pelos media por causa das coisas más que apontei em cima. Diz-se tanto que a Igreja não tem influência na sociedade, mas nestas alturas querem-na sempre calada…Curioso... Já agora para quem defende que o Estado é laico, não se esqueça que o ser laico, em Portugal, é viver numa democracia onde temos liberdade de expressão.

E agora? Agora vamos para a frente e lutemos para que o aborto não seja a única solução para uma mulher. Vamos ajudar ainda mais as instituições que já existem e que têm feito um óptimo trabalho, divulgando-as, dando ajuda financeira, sendo voluntário… Enfim, arregacemos as mangas. Há muito trabalho a fazer. Deus está connosco. Não temamos!


  • Instituições que ajudam as Mães
  • No Blog: Deus em tudo e sempre

    1 comentário:

    Ka disse...

    A luta pela viada começou!!!!

    E não podemos baixar os braços pois se conseguirmos ajudar uma, uma só mulher que seja, já valeu a pena.

    Pela Vida Sempre!