29.12.06

Argumentação falaciosa


Na rotunda que contorno todos os dias a caminho do emprego deparo com primeiro outdoor da campanha para o referendo. Dois homens de blusão e óculos escuros conduzem pelo braço uma mulher que tapa a cabeça e os ombros com um casaco. Um enorme Sim e a frase “para acabar com a humilhação” concluem a mensagem.
O Bloco de Esquerda assegura deste modo que a eventual vitória do Sim terminará, em definitivo, com ida a tribunal e a vexação das mulheres que optam pelo aborto.Claro que a mensagem não é verdadeira. A proposta de alteração em referendo continua a prever a criminalização dos que provoquem o aborto após as dez semanas de gestação.
Por isso continuarão a ser levadas mulheres a tribunal e homens de óculos escuros tornarão a usar casacos para lhes garantir o anonimato. Os julgamentos serão menos, provavelmente. Mas, com a nova proposta de lei, a cena em causa tem repetição regular garantida.
posted by David Bengelsdorff in RAZÕES DO NÃO

28.12.06

"Bom Natal!"


Que bom ouvir as pessoas dizerem umas às outras: "Bom Natal!" Que bom ver o olhar dessas mesmas pessoas ao dizerem estas palavras: parece que, neste dia, toda a gente sorri mais e melhor!

Internada há um mês, a D. Rosa está numa situação terminal. A definhar de dia para dia; os olhos começam a estar baços; os braços parecem umas linhas, de só pele e osso serem constituídos. Não tem forças. Não se mexe. Pede-me sempre para lhe ir levar a força da Comunhão.
Hoje, antes do almoço, fui ter com ela. Levar-lhe a Força. Rezámos.
No fim desejo-lhe um "Bom Natal!". E espero que ela não tenha visto o meu rosto. É verdade que sorri. Mas também chorei. O que é que ela teria entendido com o meu "Bom Natal!"? E o que é que eu teria querido dizer com o meu "Bom Natal"?
Mas de todo o coração lhe desejo mesmo "Bom Natal!"


Uma Enfermeira, dum outro serviço, pediu-me para ir junto da D. Cristina. "Sabe? Ela está muito triste por estar internada neste dia de Natal."
Dirigi-me a ela: chorava; com um choro sentido. É que só tem o marido; e ele, hoje, não a pode vir visitar. Mas compreende que ele não possa cá vir: como não tem transporte próprio, tem de estar sujeito a favores. E hoje é um dia em que as pessoas não estão disponíveis.
Ela ainda não se alimenta (desde 2ª feira passada): a intervenção cirúrgica a que foi submetida, não lho permite.
Conversámos um pouco. E, depois, disse: "Foi tão bom ter vindo junto a mim! Assim, também hoje, para mim, foi Natal!"

Também o sr. António não se pode alimentar. A sua boca é toda ela uma ferida. Mas estava todo contente porque, neste dia de Natal, se tinha lembrado do seu pároco. E diz: "Olhe, ele é a bondade em pessoa. Eu até já lhe disse que, se ele continuar a ser assim tão bom, não vai longe. Quando estou com ele, tenho uma vontade enorme de o abraçar. Homens com um coração assim, já não existem!"


No blog: Migalhas também são pão

24.12.06

Histórias de Natal em 2006


Natal


Na pequena cidade de Westchester, a poucos quilómetros a norte de Manhattan (EUA), onde a comunidade judaica é considerável, existia há uma semana no parque da cidade uma enorme árvore de Natal, decorada a preceito: luzes, fitas, bolas e estrelas. Ao lado da árvore, a comunidade judaica colocou um candelabro judeu (Menorá). Recorde-se que por esta altura, os judeus celebram o Hanukkah.

Um dos habitantes da cidade, Henry Ritell, católico, empresário, propôs aos responsáveis da cidade a doação de um Presépio gigante para colocar ao lado da árvore de Natal e do Menorá, porque considerou que a árvore de Natal não representava o cristianismo da mesma forma que o Menorá representa o judaísmo. Ritell argumentou que árvore de Natal é um símbolo cultural associado ao consumo e ao materialismo, e não um símbolo religioso.

Em vez de aceitar a oferta do Sr. Ritell, os altos dignitários da cidade recusaram a oferta alegando que “não queriam símbolos religiosos no parque da cidade”, o que levou o Sr. Ritell a procurar o arbítrio da Justiça. Na sua decisão, o juiz referiu que o Menorá é, indiscutivelmente, um símbolo religioso judaico, e referiu-se à árvore de Natal como “uma árvore decorada com luzes e outros ornamentos, sendo um símbolo secular de dias festivos”.Em resultado da decisão do juiz, os dirigentes da cidade decidiram que o Presépio oferecido pelo Sr. Ritell não seria, de modo nenhum, colocado ao lado da árvore de Natal e do Menorá. Por isso, decidiriam retirar todas as decorações do parque – Menorá incluído.

No aeroporto de Seattle, existiam há duas semanas nove árvores de Natal (atenção: não se trata de presépios) espalhadas pelas salas do aeroporto. Um rabi judeu ofereceu um Menorá ao aeroporto, para que fosse colocado ao lado de uma das árvores de Natal, e a administração do aeroporto resolveu retirar todas as árvores de Natal. Mais uma vez, se confundiu um símbolo cultural secular com um símbolo religioso (árvore de Natal com o Menorá), ou, à semelhança da história anterior, imperou a intolerância, desta feita contra outro símbolo religioso (o Menorá).

Estas
histórias verdadeiras passam-se hoje um pouco por todo o lado no mundo de raiz cristã. Os cristãos são muitas vezes acusados de “intolerância”, mas quantos presépios de vêem hoje em sítios públicos? Raros. A intolerância vem dos que consideram a árvore de Natal o único símbolo das “festas”, tudo fazendo para que as raízes do Natal sejam erradicadas da memória colectiva do povo.
Desde miúdo que me habituei a ver uma árvore de Natal em casa, com o presépio na sua base. Não me importaria que colocassem ao lado do Presépio um Menorá, em memória do Hanukkah. Já me desagradaria que me dissessem que a árvore de Natal é um símbolo do aniversário de Jesus Cristo, ou pior, me dissessem que o Natal se resume a gastar dinheiro em prendas no Shopping Center decorado com muitas árvores de Natal.

No blog: Letras com garfos

23.12.06

Presentes


Carta ao Menino Jesus

Meu querido Menino Jesus,

Quando era puto, ensinaram-me que és tu que trazes os presentes na noite de Natal. Depois apareceu esse velhote de barbas brancas vestido à Benfica – que mau gosto! – a distribuir as prendas. Não tenho nada contra ele, mas o pai-natal é cada um de nós, porque «é Natal quando cada um quiser».

O Natal é o teu dia de anos! Às vezes esquecemo-nos disso… Tem piada: fazes anos e dás os presentes. És bué fixe. Por isso é que resolvi escrever-te alguns pedidos.

Antes de mais, quero que abençoes a pessoa que está a ler esta carta. Sabes? Gosto muito dela. Enche-a da tua paz e deixa-lhe um 2007 cheio de bondade!

Depois, peço a tua bênção para as crianças do Mundo. O Evangelho conta que nasceste fora da cidade, entre os excluídos, e que foste refugiado no Egipto para escapar à violência invejosa de Herodes. Há milhões de menores traficados, escravizados, forçados a pegar em armas ou a entrar na prostituição. Nunca vão ser meninos! Cuida deles de uma forma especial. Sobretudo das crianças do Darfur, da Palestina, do Iraque que (sobre)vivem e crescem no meio da violência e da morte.

Recorda-te também das pessoas do Sul do Sudão. Andam ocupadas a reconstruir as vidas depois de 20 anos de guerra. Muitas sentem-se frustradas. Que ultrapassem o ódio e os desejos de vingança! E que os dirigentes usem os recursos humanos, económicos, naturais, sociais e culturais para o bem comum. Sabes? Aqui dizem que a sigla GoSS – Governo do Sul do Sudão em inglês – também quer dizer Government of Serf Service, Governo de Auto Abastecimento!

Abençoa a equipa que está a iniciar a Rede Católica de Rádio do Sudão. Ser boa notícia neste contexto é um desafio enorme. Dá-nos audácia e coragem. E um forte sentido de equipa.

Com a tua ajuda, que os vizinhos descubram que os amas através das missionárias e dos missionários que vivem no espaço chamado Comboni House.

Para mim, já me deste tanto que até tenho vergonha de te pedir mais. Deste-me esta vida linda, a minha família, os amigos, a família comboniana… Faz que me sinta feliz no calor e no pó desta cidade em ebulição. É pedir muito?

Ah! Não te preocupes. A minha casa não tem chaminé e eu não uso sapatos. Só sandálias! Por isso, deixa os presentes no corredor à porta do meu quarto!Um xi-coração do teu mano Zé

Zé vieira, no Sudão

22.12.06

Vale a pena ver e meditar


Hoje deixo aqui estes dois PPSs que fazem pensar.
Foram extraídos do blog: Horizontes de fé


No ventre materno
Teste de gravidez

20.12.06

Não tenhas medo



Dei-me conta no outro dia que esta é uma das frases

mais repetidas por Deus na Bíblia, quer no Antigo Testamento, quer no Novo Testamento. E é curioso que mudam as personagens, mas o estilo é mais ou menos o mesmo. Esta frase aparece antes da argumentação, antes do pedido e antes da resposta. É quase como o modo divino de dizer: Olá!Para mim, isto significa muito. Que quando Deus fala, pede coisas que parecem à partida difíceis. E vem já com intenção de as propor. Não quer deixar de ser criador e eu criatura criativa. E mais... que já sabe que eu vou ter medo com o que vai pedir... às vezes somos mesmo preguiçosos por dentro. E o que é mais extraordinário, é que ninguém lhe disse que não, e normalmente a explicação do pedido não é muito descansativa.Talvez o sim seja a confiança, e depois um enorme agradecimento por se saber confiado. É impossível resistir a quem ama... Deus deve ser algo mesmo fascinante! =)

No blog: Cidade de Deus

19.12.06

Sem Deus apenas existe a selva


Sem Deus apenas existe a selva

Ainda sobre o post do Lutz que linco aqui.Ele conclui: "Por muito que o se nega, se a objecção à despenalização do aborto tem uma fundamentação, ela é religiosa".O mesmo se pode dizer sobre a defesa absoluta e em todas as circunstâncias das políticas de solidariedade social.Os limites (quaisquer limites que não sejam simplesmente físicos) aos comportamentos humanos apenas podem ter duas fundamentações: a conveniência utilitária (em que os limites são apenas circunstanciais e oportunísticos em função do simples prazer do "eu") ou metafísica. Como dizia já não sei quem (salvo erro, Nietzsche), se Deus não existe tudo é permitido.Como dizia Hugo Chavez num comício (num videoclip que o Blasfémias publicou e que agora não consigo encontrar), "o povo é o máximo poder do país, depois de Deus".


No blog: Timshel

18.12.06

Partilhar o pão


Quem se aproximar das ruas da Praça da Figueira até ao próximo dia 17 de Dezembro, facilmente vai sentir o cheiro a pão quente. Música, dança, muita animação e claro está, pão para todos é a promessa da Associação Cais, que pelo 3º ano consecutivo realiza o “Pão de Todos”.


Henrique Pinto, director da Cais, afirma que pretendem inverter a mentalidade dos portugueses e “levá-los ao encontro da gratuidade, mostrando assim uma forma de se ser fraterno”. O gesto de solidariedade mostra o orgulho da obra feita este ano, quer em Portugal quer no estrangeiro e ao mesmo tempo “queremos provocar as pessoas a mudarem a sua forma de estar internamente, pois só mudando a forma interna se pode mudar as estruturas externas”, sublinha o director da Cais. Ler o resto da noticia
aqui.

Aqui há algo de eucarístico. De uma Eucaristia viva.Só para dizer que achei esta iniciativa fantástica. Aliás, como quase todas as iniciativas promovidas ao longo do ano por esta Associação que trabalha para e com os sem abrigo.
No blog: Na sacristia

16.12.06

Os Papas são muito inteligentes!


Tem 83 anos, um prémio nacional de Narrativa e acabou de publicar um novo livro. Chama-se Ramiro Pinilla e a única coisa sua que li foi uma entrevista publicada há duas semanas na revista Magazine, do El Mundo.

Com a experiência de toda uma vida, dizia a certa altura:
"Estoy convencido de que la mayoria de los papas han sido ateos, tienen que serlo, porque no concibo cómo gente tan inteligente puede creer en Dios."

Bom, se ter fé se resume a uma questão de falta de inteligência, então... - Meu Deus, devo ser pelo menos um bocado estúpido!

Nota: Nos Exercícios Espirituais, Sto. Inácio propõe que peçamos o Conhecimento Interno de Jesus. A inteligência ajuda ao Conhecimento (também de Deus) mas chegar ao "Conhecimento Interno" implica um salto de relação, confiança, abandono, que vai muito além de brilhantes deduções lógicas ou teoremas Matemáticos (seja isso o que for).

No blog: Pareciam borrachos

14.12.06

Uma viagem de risco, um acto de coragem




1. A visita do Santo Padre à Turquia confirmou, acima de tudo, a sua índole, o seu carácter. Bento XVI é um homem humilde, um pastor magnânimo, um verdadeiro Papa da Paz e da Reconciliação.


Era uma viagem de risco. Sê-lo-ia em qualquer circunstância, mas tornou-se ainda mais arriscada dadas as repercussões que o seu discurso em Ratisbona obteve.


Mostrou coragem em manter o programa. E revelou serenidade nas palavras e nas atitudes.


Os comentários incidiram, preferencialmente, sobre questões políticas e sobre a segurança.


É uma perspectiva legítima, mas desfoca o mais importante e desvia-nos do central. Como disse Sua Santidade à chegada, a sua peregrinação foi (como não podia deixar de ser) pastoral, apostólica. Inscreve-se, portanto, no âmbito da sua missão.


Como é óbvio, a missão do Sucessor de Pedro tem incidência na vida da polis. A mensagem de Jesus Cristo dirige-se à vida concreta das pessoas. Não paira no vácuo nem flutua na indefinição.


Não está, evidentemente, em causa o princípio da separação entre a Igreja e o Estado. Só que esta separação não pode existir entre a fé e a vida: a fé está implicada na vida e a vida está implicada na fé.



2. A Turquia é um território onde o cristianismo já teve uma implantação considerável. Foi, por exemplo, na cidade de Antioquia que os discípulos de Jesus receberam, pela primeira vez, o nome de cristãos (cf. Act 11, 26).


Hoje, a presença cristã é praticamente residual. A religião predominante é o Islão. Nem sempre tem sido fácil a convivência.


Na Turquia figura também um dos locais associados ao grande cisma de 1054, que ainda não foi superado. De resto, o convite para esta visita papal partiu do Patriarca Ortodoxo, Bartolomeu.


Bento XVI revelou boa vontade nos dias em que por lá permaneceu. Apelou continuamente ao diálogo, à paz e à harmonia. Exibiu um enorme respeito pelos seguidores de outros credos.



3. Sendo assim, porquê toda a animosidade que se pressente em determinados sectores ante a figura do Santo Padre?


Se pensarmos um pouco, facilmente nos aperceberemos de um aspecto que não deixará de nos interpelar.


O actual Sumo Pontífice continua a ser tão conhecido pelo seu nome de baptismo como pelo seu nome papal. Joseph Ratzinger tornou-se alguém demasiado conhecido e, nessa medida, discutido também.


O seu pensamento é constantemente dissecado e a sua pessoa é continuamente analisada e, não raramente, contestada.


Acontece que tal conhecimento não é tão profundo e documentado quanto seria de esperar. Criaram um rótulo acerca do então Cardeal Ratzinger e não faltou quem arquitectasse uma imagem que pouco (ou nada) tem a ver com o original, o autêntico.


É claro que é um trunfo dispor de alguém como Joseph Ratzinger. Trata-se de uma mais-valia de enorme dimensão e imenso alcance. A sua inteligência, a sua segurança e a sua clareza extasiam quem tem a possibilidade de o escutar, de o ler e de o acompanhar. Mas todos temos noção de que nem sempre isso é reconhecido ou apreciado.



4. É tempo, portanto, de nos habituarmos a lidar com este Homem como ele verdadeiramente se apresenta. E que corresponde ao que ele genuinamente é.


É tempo de aprendermos, com ele, a olhar para lá dos nossos preconceitos e das fronteiras das próprias instituições. Para Ratzinger, «uma Igreja que fale muito dela não fala do que deveria falar».


O interesse da Igreja «não reside nela mesma, mas no Evangelho. A sua missão é anunciar a Palavra de Deus em toda a sua pureza e celebrar rectamente o culto divino e os sacramentos. A Igreja existe para que Deus seja dado a conhecer, para que o Homem possa aprender a viver com Deus, ante o Seu olhar e em comunhão com Ele».


Neste sentido, o Concílio Vaticano II «quis, a todo o transe, subordinar e incluir o tema da Igreja no tema de Deus, quis elaborar uma eclesiologia teológica».


Daí que a crise da Igreja resulte apenas de um factor: «do abandono do essencial».


Bento XVI não se cansa de nos reencaminhar para ele.


No blog: Theosfera

13.12.06

proporcionalidade e precaução


A propósito de algumas
"perguntas assustadoras" do Lutz, comentei que, tendo em conta a actual situação (tanto de um ponto de vista legal como de um ponto de vista relativo aos meios contraceptivos existentes como de um ponto de vista de aplicação da lei - recorde-se que neste momento o aborto não é uma prioridade de política criminal, o que significa que ninguém será perseguido, e muito menos punido, por esse comportamento) não me parecia que existisse proporcionalidade numa resposta positiva à questão a ser submetida ao referendo do aborto.

As tais questões assustadoras (o que vale uma vida dum embrião de dez semanas? o que vale uma vida dum embrião de catorze semanas? o que vale uma vida dum feto com oito meses? o que vale uma vida dum recém-nascido que ainda não desenvolveu um conceito do “eu”? o que vale a vida dum deficiente profundo? o que vale uma vida duma pessoa em coma?) e os riscos a elas associados que despertam com uma resposta afirmativa à questão a ser submetida ao referendo do aborto não são proporcionais à realidade actual em que ninguém é perseguido ou punido por abortar.Mas não é só o princípio da proporcionalidade que conduz à minha oposição à consagração no sistema jurídico da legalização do aborto.


É também um outro princípio cada vez mais interveniente no momento de decisão legislativa: o princípio da precaução. Quando há fortes indícios de que algo pode ser nocivo (neste caso pela violação manifesta do carácter sagrado da vida humana, francamente desproporcional relativamente ao fim em vista, o de minorar um determinado grau de sofrimento físico e psíquico de alguns seres humanos em situações específicas) e em caso de incerteza científica devem-se tomar as medidas necessárias para evitar males irreversíveis. Esta espécie de "princípio do bom senso" é sobretudo aplicado relativamente a medidas adoptadas em contextos humanos ou de novas tecnologias. No ambiente, por exemplo, pois o ambiente é o caso típico de um sistema complexo em que as consequências de certo tipo de acções são frequentemente imprevisíveis. Um sistema ainda mais complexo do que o ambiente é o homem. Se existe sistema complexo em que o princípio da precaução deve ser aplicado de modo rigoroso é precisamente no que diz respeito à sociedade.


No blog: Timshel

11.12.06

Comentário à TV



Até quando vamos ter de pagar para termos Tv de qualidade?



Estava eu a ver TV (sic) domingo à tarde e num dos muitos intervalos publicitam uma notícia que iria ser falada durante o noticiário, provavelmente pela relevância da notícia... A dança do varão... Mais me pareceu uma sessão de como trabalhar num bar de alterne do que uma notícia de relevo nacional, mas penso que eu devo estar enganado, pois algum tempo atrás na TVI já tinham dado destaque à mesma informação em horário nobre da informação nacional...

Parem de gozar connosco!

E que dizer da publicidade onde porque o pai não pôs TV Cabo a família "sai de casa"?! Que valores são esses? O filho "baza " porque o pai não põe TV cabo?!...

Já para não falar dos heróis Big Brother " O Big Mário" que hoje está a braços com a justiça... São esses os heróis de hoje desgraçados de amanhã.

Qualidade na TV exige-se!

No blog PDIVULG

9.12.06

Uma lição de vida


Tony Melendez

Vale a pena ver este vídeo.

Vai
até aqui e não desanimes perante problemas menores do que a ausência de mãos deste jovem.

8.12.06

Imaculada Conceição




“Hossana, hossana, Rainha de Portugal.
Hossana, Hossana Virgem Maria.”


"Sou verdadeira mãe de um Deus que é filho,
E sou sua filha, ainda ao ser-lhe mãe;
Ele de eterno existe e é meu filho,
E eu nasci no tempo e sou sua mãe.

Ele é meu Criador e é meu filho,
E eu sou sua criatura e sua mãe;
Foi divinal prodígio ser meu filho
Um Deus eterno e ter a mim por mãe.

O ser da mãe é quase o ser do filho,
Visto que o filho deu o ser à mãe
E foi a mãe que deu o ser ao filho;

Se, pois, do filho teve o ser a mãe,
Ou há de se dizer manchado o filho
Ou se dirá Imaculada a mãe.”

Conta-se que o Papa Pio IX chorou, ao ler esse soneto que contém um profundíssimo argumento de razão em favor da Imaculada. Conceição.
Nossa Senhora foi a restauradora da ordem perdida por meio de Eva. Eva trouxe-nos a morte, Maria dá-nos a vida. O que Eva perdeu por orgulho, Nossa Senhora ganhou por humildade.
O Dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX, na presença de 53 cardeais, de 43 arcebispos, de 100 bispos e mais de 50.000 peregrinos vindos de todo o mundo, no dia 8 de Dezembro de 1854.
Passados apenas 3 anos dessa solene proclamação, a 11 de Agosto de 1858, Nossa Senhora dignou-se aparecer quinze vezes, perto da pequena cidade de Lourdes, na França, a uma pobre menina, de 13 anos de idade, chamada Bernardete.
No dia 25 de Março, Bernardete suplicou que Nossa Senhora lhe revelasse seu nome. Após três pedidos seguidos, Nossa Senhora respondeu-lhe eu sou a Imaculada Conceição".

Imaculada Conceição de Maria significa que a Virgem Maria foi preservada do pecado original desde o primeiro instante da sua existência. Nascendo, há dois mil anos atrás, na Palestina, Nossa Senhora teve como pais São Joaquim e Santa Ana. Ela foi concebida sem a mancha do pecado original.
A maternidade divina de Maria é base e origem da sua imaculada conceição. A razão de Maria ser preservada do pecado original reside na sua vocação: ser Mãe de Jesus Cristo, o Filho de Deus que assumiu a nossa natureza humana.

A 8 de Dezembro de 1854, Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, fez a definição oficial do dogma da Imaculada Conceição de Maria. Assim se expressou o Papa:
Em honra da santa e indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a nossa, declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus omnipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser sólida e constantemente querida por todos os fiéis.

No blog: Jogo de palavras

7.12.06

Não, obrigado!


Alguns movimentos e apoiantes do Não no referendo de 11 de Fevereiro criaram a Plataforma
Não Obrigada, que pretende esclarecer o que verdadeiramente está em jogo...

Na página de entrada do site da Plataforma apresentam-se algumas questões de uma sondagem levada a cabo pelo Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica Portuguesa, revelando que, quando as questões são colocadas em perspectivas diferentes, emergem as contradições dos partidários do Sim.

Particular relevo merecem os dados que sugerem que o aborto não é a solução preferida pelas mulheres: isto torna claro que há temas relacionados com a saúde feminina bem mais pertinentes que o aborto. Por outras palavras: é evidente que estamos a ter o debate errado porque o que a maioria das mulheres pretende não é aborto livre e gratuito a pedido; pretende condições para criar os filhos...
Onde está o progresso quando a alternativa à pobreza ou à deficiência é a eliminação dos mais pobres e dos mais fracos?

No blog: Catacumbas

6.12.06

Testemunhos vivos


Que a minha filha o não saiba!

De há uns dias para cá têm-me chegado vários testemunhos de pessoas que contam a sua amargura por terem feito o aborto. E dizem que o fazem para evitar que outras caiam no mesmo erro.

Refiro apenas um dos casos que mais me impressionou.

"Já tinha dois filhos. O meu marido não aceitava que eu tivesse outra criança. A vida estava difícil e era quase impossível criar mais outra. Resisti mas acabei por ser convencida a procurar uma abortadeira que me fez algumas perguntas e depois me examinou. Disse-me que a gravidez estava muita adiantada e assim era arriscado praticar o aborto. Fui para casa banhada em lágrimas" – escreve esta mãe.

E continua contando que teve uma menina. Os anos passaram e esta sua filha tem hoje 13 anos.

"Quando olho para ela, sinto sempre um misto de alegria e amargura. Eu fiz tudo para que ela não vivesse. Se ela o soubesse iria odiar-me. O que mais temo é que ela um dia o venha mesmo a saber."Lembrou-me esta confidência o caso de Franco Zeffirélli, cineasta de renome mundial, que realizou vários filmes, entre os quais "Jesus de Nazaré" e o "Campeão".

Ele próprio conta :

"Sei bem o que significa nascer contra a vontade dos outros, pois sou filho ilegítimo".Era realmente fruto de um duplo adultério: o pai, Ottorino Córsi, comerciante de seda, era casado; sua mãe, Adelaide Garósi, modista da alta sociedade florentina, casada era também."O meu nascimento foi um escândalo. A minha mãe, que era modista, perdeu toda a clientela da mais fina sociedade de Florença. Desde o primeiro momento teve que vencer mil obstáculos para que eu nascesse. Até a sua mãe (minha avó) queria que ela abortasse. Diziam que eu estaria condenado à rejeição social. Contudo, ela negou-se redondamente a abortar... Sou uma espécie de aborto fracassado; por isso aprecio mais o milagre da vida".

"Hoje falo destas coisas como se se tratasse doutra pessoa. Passar a infância em meio de situações irregulares, mas sempre ao afago do amor, isso é que teve influência em mim".

Zeffirélli passou grande parte da infância no "Abrigo dos Inocentes" de Florença, onde se recolhiam as crianças abandonadas.


No blog: Ver para crer

5.12.06

Morte ou vida... Será a escolha difícil?


O que recomendarias ou pensas que se deve fazer perante os seguintes cinco casos de gravidez?


1. O pai é asmático, a mãe está tuberculosa. Têm quatro filhos. O primeiro é cego, o segundo é surdo, o terceiro morreu e o quarto tem tuberculose. A mãe está grávida de novo.
Recomendarias o aborto nesta situação?
2. Um homem branco viola uma menina negra de 13 anos e esta ficou grávida. Se fosses o pai desta jovem. Recomendavas-lhe o aborto?
3. Uma senhora está grávida; já tem muitos filhos, dois deles morreram, o seu esposo está na guerra e a ela resta-lhe pouco tempo de vida. Recomendarias o aborto a esta senhora?
4. Um pastor e a sua esposa enfrentam problemas económicos muito fortes, já têm 14 filhos, são realmente pobres. Considerando a sua extrema indigência. Recomendarias à esposa que abortasse o seu décimo quinto filho?
5. Uma jovem está grávida; não está casada e o seu noivo não é o pai do bebé.
Recomendarias que abortasse?

Conclusões: Se respondeste que (SIM) em alguma das situações anteriores, lê o seguinte:

No primeiro caso se assim procedesses, terias morto Beethoven.
No segundo caso terias assasinado uma das cantoras negras mais famosas: Ethel Walters
No terceiro caso, João Paulo II não teria chegado a nascer.
No quarto caso: John Wesley, um dos grandes pregadores do sec. XIX não teria chegado a ver a luz do dia.
Por último, no quinto caso acabarias de "matar" JESUS CRISTO.

Talvez valha a pena pensar nisto!

No blog: Destino século XXI

4.12.06

Pesquisar na Bíblia


Biiible

Sexta-feira é dia das propostas e hoje venho com algo que até a mim me surpreendeu.
Estava eu nas minhas deambulações na net quando decidi pesquisar coisas sobre a Igreja e não é o meu espanto quando encontro o Biiible. Perguntão vocês o que será isso do Biiible?
Pois é meus caros, quantas vezes queremos procurar algo na Bíblia e não encontramos porque ainda não a conhecemos a fundo? Algumas de facto e é aqui que entra o Biiible.
O Biiible é um motor de pesquisa na internet à semelhança do google, só que o google pesquisa pela internet enquanto que o Biiible pesquisa na Bíblia. É verdade um motor de busca para a Bíblia meus caros, por isso, quando tiverem perdidos podem dar aqui um salto que talvez vos possa ajudar. O único contra para alguns é que é em inglês, mas também não faz mal nenhum para alguns praticar esta linguagem.

Deixo-vos então o link aqui -> Biiible

No blog:
Fé e Missão

2.12.06

Religião privada?


"A religião é uma vivência privada", dizem por aí. "Não é nada!", digo eu. Quem afirma tal coisa é porque não percebe patavina do que significa ter fé. "Estar ligado" ao transcendente, ser "religioso", implica um inevitável dinamismo de anúncio e de metamorfose. Não há religião sem transformação.
Pedir a um cristão que viva a sua fé em privado é pedir-lhe que renuncie a ela. Não se trata de espetar com os cultos e com a tralha alegórica na cara dos outros; isso é vaidade farisaica. Mas o essencial do cristianismo é acção transformadora. Pode alimentar-se, crescer e vivificar-se privadamente, mas tem natureza comunitária e vocação interventiva.

No blog: No adro

1.12.06

Carroça vazia...


Em homenagem à minha "prima" e AMIGA Célia Tereso, publico esta história, que ela partilhou comigo. Obrigado Célia… Um beijinho para ti.

Certa manhã, o meu pai, homem muito sábio, convidou-me a dar um passeio pelo bosque, eu aceitei com prazer.
O meu pai deteve-se numa clareira e depois de um pequeno silêncio perguntou-me:
Além dos pássaros, ouves mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos durante alguns segundos e respondi:
Oiço um barulho, parece ser de carroça...
Isso mesmo! disse o meu pai, é uma carroça vazia.
Uma carroça vazia? Perguntei ao meu pai:
Como é que sabes que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
O meu pai respondeu-me. É muito fácil saber que uma carroça está vazia, pelo barulho.
Quanto mais vazia a carroça está mais barulho faz.
Cresci, e até hoje, quando vejo uma pessoa a falar demais, a gritar, no sentido de intimidar, a tratar os outros com arrogância, a ser prepotente, interrompendo constantemente as conversas, querendo demonstrar que é dono da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir novamente a voz do meu pai a dizer-me: “Quanto mais vazia a carroça está, mais barulho ela faz…”
Hoje vale a pena pensar nisto…

No blog: Padre Carlos